segunda-feira, 14 de maio de 2012

A DESMISTIFICAÇÃO DA LOUCURA: UM PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO PELO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL



A loucura fascina porque é um saber. É um saber, de início, porque todas essas figuras absurdas são, na realidade, elementos de um saber difícil, fechado, esotérico. (...) Este saber, tão inacessível e temível, o Louco o detém em sua parvície inocente. Enquanto o homem racional e sábio só percebe desse saber algumas figuras fragmentárias - e por isso mesmo mais inquietantes -, o Louco o carrega inteiro em uma esfera intacta: essa bola de cristal, que para todos está vazia, a seus olhos está cheia de um saber invisível (FOUCAULT, 1961/1989).

Estudar os processos psíquicos e suas formas de subjetivação envolve motivação, visto que a loucura é um conhecimento que tem algo a revelar, algo a ser interpretado e que necessita de uma visão incondicional no que tange à interação desses indivíduos na sociedade. O ser louco, nada mais é, do que uma forma de ser no mundo, é um desligamento da realidade em que ocorre a perda da consciência da sua realidade exterior.

Processos de estigmatização são referidos e concebidos como estando entre os maiores empecilhos no avanço da atribuição de um lugar social à loucura e do exercício de cidadania dos loucos, projetos centrais da Reforma Psiquiátrica. O lugar social da loucura, a despeito de um certo deslocamento produzido, permanece ainda, de modo geral, aquele de situar-se à margem da sociedade (NUNES, 2009).

Foucault destaca que a história da loucura não se restringe à sua relação com o domínio exclusivo do conhecimento médico, paramédico ou psicológico. A delimitação da loucura como doença mental, no contexto da medicina, se relaciona à experiência jurídica da alienação, na constituição do estatuto do que seja um indivíduo incapaz, perturbador do grupo, de acordo com os preceitos morais, éticos e políticos dos séculos XVII e XVIII (SILVEIRA,2009).

Esse artigo visa correlacionar à loucura como um processo desmistificado, para assim, explanar os aspectos mais relevantes do tratamento atual buscando identificar sua forma de cuidado através do Centro de Atenção Psicossocial que é um serviço que proporciona atendimento àqueles indivíduos que outrora eram atendidos nos hospitais psiquiátricos de modo desumanizado, excluído, visto que, a doença mental não era entendida em sua complexidade e manifestação.

No campo da saúde mental, um grande avanço nas políticas públicas procedeu da aprovação e sanção pelo Presidente da República, no dia 6 de abril de 2001, da Lei de número 3.657/89, que proíbe a construção ou contratação de novos leitos psiquiátricos pelo poder público e prevê o redirecionamento dos recursos públicos para a criação de recursos alternativos (KYRLLOS NETO,2003).

 A partir do final da década de 70, tomou forma, no Brasil, um movimento da Reforma Psiquiátrica com um questionamento incisivo das políticas públicas de saúde mental e do modelo assistencial centrado nos hospitais psiquiátricos e em estratégias de exclusão. Esse movimento ganhou força com a Reforma Sanitária e, posteriormente, com a implantação do SUS (Sistema Único de Saúde). A Reforma Psiquiátrica se organizou, em linhas gerais, a partir de dois vetores: o de crítica e reforma do modelo hospitalocêncrico; e o de desconstrução dos espaços asilares e efetivação de modelos assistenciais alternativos (GOULART,2010).

Um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). Constitui-se num lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida (Ministério da Saúde, 2004).

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Fonte: Psicologado

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