sexta-feira, 18 de maio de 2012

A ESQUIZOFRENIA E SEUS ASPECTOS DE INCLUSÃO SOCIAL

 
 
A esquizofrenia causa muito sofrimento ao paciente e as pessoas ao seu redor, onde acabam todos se tornando vitimas da doença e causa de preconceito. A reinserção social, inclusão da família e da comunidade no tratamento são recursos utilizados para a promoção da saúde mental, para que os portadores de transtornos mentais tenham uma melhor qualidade de vida, uma vez que este transtorno psicótico possa ocasionar dificuldades à sua vida social. Ao abordarmos os aspectos que levam a vida social de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, enfatizamos a participação e o comportamento em atividades comunitárias e de lazer e a interação interpessoal com familiares e amigos.  

 
O presente artigo tem como objetivo apresentar a situação dos esquizofrênicos em meio à sociedade, tomando como base aspectos culturais e familiares, classificando a psicopatologia esquizofrenia segundo o CID - 10, onde "os transtornos esquizofrênicos são caracterizados em geral por distorções fundamentais e características de pensamentos e percepções e por afeto inadequado ou embotado, a perturbação envolve as funções mais básicas que dão a pessoa normal um senso de individualismo único e direção de si mesmo". É classificada em:
  1. Esquizofrenia Paranóide
  2. Esquizofrenia Hebefrênica
  3. Esquizofrenia Simples
Considerando que a esquizofrenia não tem cura e afeta tanto homens quanto mulheres, costuma dar seus primeiros sinais a partir dos 18 anos. É justamente nessa fase que a pessoa está entrando no mercado de trabalho ou começando uma faculdade, onde, no caso dos esquizofrênicos, passam a sofrer dificuldades. Para o entendimento deste assunto é necessária a definição de fatores históricos, sociais e culturais.

No Brasil, entre as décadas de 1970-80, ao lado das lutas sindicais surgiram novos movimentos que lutavam pelos direitos dos negros, das mulheres, dos homossexuais e de outros grupos vulneráveis, entre estes grupos, surgiu o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, iniciado na década de 1970. Objetivado pela discussão acerca das características da assistência psiquiátrica oferecida nos manicômios às pessoas com transtornos mentais no Brasil.

O Manicômio como uma instituição total, revelou-se desde a criação como um espaço de violência e arbitrariedade sobre as pessoas que acolhia. Sua estrutura se apresenta como desumana e ineficiente por seus resultados desastrosos, constituindo-se um lugar de sofrimento e dor, onde os pacientes, sem direito à defesa, são submetidos a maus tratos, privação de sua liberdade, de seu direito à cidadania e à participação social. Esta luta foi aderida não somente pelos profissionais da área, como também pelos usuários do serviço, tendo como principal conquista a circulação do sujeito no campo social. Foi um movimento que procurou estabelecer a socialização.

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Fonte: Psicologado

terça-feira, 15 de maio de 2012

ADOLESCENTE QUE CEGAVA CAVALOS DESAFIA A PSIQUIATRIA








Ao viajar pelo interior da Inglaterra, o dramaturgo Peter Shaffer ouviu de um amigo que, em algum lugar próximo de onde passava, um jovem havia cegado seis cavalos. O companheiro do escritor morreu pouco depois, e ele não conseguiu saber mais sobre o assunto. A impressão deixada pelo caso deu origem ao texto, escrito nos anos 70, sobre um adolescente que é levado ao psiquiatra após furar os olhos de animais.

Shaffer cria possíveis motivações psicológicas para seu protagonista, Alan, de 17 anos. Uma delas é o contraste entre a mãe religiosa e repressora – o nome da peça, aliás, significa cavalo em latim e é usada pelo rapaz para se referir a uma espécie de Deus – e o pai, um simpatizante do socialismo que critica todas as atitudes do filho. Vários aspectos de personalidade são revelados em seus diálogos com o psiquiatra Dr. Dysart, uma figura controversa, pois, ao mesmo tempo que reconhece o comportamento patológico do jovem, sente-se fascinado e atraído por ele. O texto já teve várias adaptações para teatro e cinema. Na primeira versão apresentada no Brasil, em 1976, o ator Paulo Autran fez o papel de Dr. Dysart. Na montagem do grupo Conteúdo Teatral, Leonardo Miggiorin dá vida a Alan.

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segunda-feira, 14 de maio de 2012

NÃO PRECISA CASAR. SOZINHO É MELHOR



Com 41 anos de clínica, o médico psiquiatra Flávio Gikovate acompanhou os fatos mais marcantes que mudaram a sexualidade no Brasil e no mundo. Por meio de mais de 8.000 pessoas atendidas, assistiu ao impacto da chegada da pílula anticoncepcional na década de 60 e a constituição das famílias contemporâneas, que agregam pessoas vindas de casamentos do passado. Suas reflexões sobre o amor ao longo de esse tempo foram condensadas no seu 26º livro, Uma História de Amor... com Final Feliz. Na obra, a oitava sobre o tema, Gikovate ataca o amor romântico e defende o individualismo, entendido não como descaso pelos outros e sim como uma maneira de aumentar o conhecimento de si próprio. Tendo sido um dos primeiros a publicar um estudo no país sobre sexualidade, atuou em diversos meios de comunicação, como jornais e revistas e na televisão. Atualmente, possui um programa na rádio, em que responde perguntas feitas por ouvintes. Aos 65 anos, ele atendeu a reportagem de Veja em seu consultório no elegante bairro dos Jardins, em São Paulo.



Veja - O senhor diria para a maioria das pessoas que o casamento pode não ser uma boa decisão na vida? 
Gikovate - Sim. As pessoas que estão casadas e são felizes são uma minoria. Com base nos atendimentos que faço e nas pessoas que conheço, não passam de 5%. A imensa maioria é a dos mal casados. São indivíduos que se envolveram em uma trama nada evolutiva e pouco saudável. Vivem relacionamentos possessivos em que não há confiança recíproca nem sinceridade. Por algum tempo depois do casamento, consideram-se felizes e bem casados porque ganham filhos e se estabelecem profissionalmente. Porém, lá entre sete e dez anos de casamento, eles terão de se deparar com a realidade e tomar uma decisão drástica, que normalmente é a separação.


Veja - Ficar sozinho é melhor, então?
Gikovate - Há muitos solteiros felizes. Levam uma vida serena e sem conflitos. Quando sentem uma sensação de desamparo, aquele "vazio no estômago" por estarem sozinhos, resolvem a questão sem ajuda. Mantêm-se ocupados, cultivam bons amigos, lêem um bom livro, vão ao cinema. Com um pouco de paciência e treino, driblam a solidão e se dedicam às tarefas que mais gostam. Os solteiros que não estão bem são geralmente os que ainda sonham com um amor romântico. Ainda possuem a idéia de que uma pessoa precisa de outra para se completar. Pensam, como Vinicius de Moraes, que "é impossível ser feliz sozinho". Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos.


Veja - Por que os casamentos acabam não dando certo? 
Gikovate - Quase todos os casamentos hoje são assim: um é mais extrovertido, estourado, de gênio forte. É vaidoso e precisa sempre de elogios. O outro é mais discreto, mais manso, mais tolerante. Faz tudo para agradar o primeiro. Todo mundo conhece pelo menos meia-dúzia de casais assim, entre um egoísta e um generoso. O primeiro reclama muito e, assim, recebe muito mais do que dá. O segundo tem baixa auto-estima e está sempre disposto a servir o outro. Muitos homens egoístas fazem questão que a mulher generosa esteja do lado dele enquanto ele assiste na televisão os seus programas preferidos. Mulheres egoístas não aceitam que seus esposos joguem futebol. Consideram isso uma traição. De um jeito ou de outro, o generoso sempre precisa fazer concessões para agradar o egoísta, ou não brigar com ele. Em nome do amor, deixam sua individualidade em segundo plano. E a felicidade vai junto. O casamento, então, começa a desmoronar. Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre amor e individualidade, opte pelo segundo.


Veja - Viver sozinho não seria uma postura muito individualista?
Gikovate - Não há nada de errado em ser individualista. Muitos dos autores contemporâneos têm uma postura crítica em relação a isso. Confundem individualismo com egoísmo ou descaso pelos outros. São conceitos diferentes. Outros dizem que o individualismo é liberal e até mesmo de direita. Eu não penso assim. O individualismo corresponde a um crescimento emocional. Quando a pessoa se reconhece como uma unidade, e não como uma metade desamparada, consegue estabelecer relações afetivas de boa qualidade. Por tabela, também poderá construir uma sociedade mais justa. Conhecem melhor a si próprio e, por isso, sabem das necessidades e desejos dos outros. O individualismo acabará por gerar frutos muito interessantes e positivos no futuro. Criará condições para um avanço moral significativo.


Veja - Por que os casamentos normalmente ocorrem entre egoístas e generosos?
Gikovate - A idéia geral na nossa sociedade é a de que os opostos se atraem. E isso acontece por vários motivos. Na juventude, não gostamos muito do nosso modo de ser e admiramos quem é diferente de nós. Assim, egoístas e generosos acabam se envolvendo. O egoísta, por ser exibicionista, também atrai o generoso, que vê no outro qualidades que ele não possui. Por fim, nossos pais e avós são geralmente uniões desse tipo, e nós acabamos repetindo o erro deles.


Veja - Para quem tem filhos não é melhor estar em um casamento? E, para os filhos, não é melhor ter pais casados?
Gikovate - Para quem pretende construir projetos em comum – e ter filhos é o mais relevantes deles – o melhor é jogar em dupla. Crianças dão muito trabalho e preocupação. É muito mais fácil, então, quando essa tarefa é compartilhada. Do ponto de vista da criança, o mais provável é que elas se sintam mais amparadas quando crescem segundo os padrões culturais que dominam no seu meio-ambiente. Se elas são criadas pelo padrasto, vivem com os filhos de outros casamentos da mãe, mas estudam em uma escola de valores fortemente conservadores e religiosos, poderão sentir algum mal-estar. Do ponto de vista emocional, não creio que se possa fazer um julgamento definitivo sobre as vantagens da família tradicional sobre as constituídas por casais gays ou por um pai ou mãe solteiros. Estamos em um processo de transição no qual ainda não estão constituídos novos valores morais. É sempre bom esperar um pouco para não fazer avaliações precipitadas.


Veja - Que conselhos você daria para um jovem que acaba de começar na vida amorosa? 
Gikovate - É preciso que o jovem entenda que o amor romântico, apesar de aparecer o tempo todo nos filmes, romances e novelas, está com os dias contados. Esse amor, que nasceu no século XIX com a revolução industrial, tem um caráter muito possessivo. Segundo esse ideal, duas pessoas que se amam devem estar juntas em todos os seus momentos livres, o que é uma afronta à individualidade. O mundo mudou muito desde então. É só olhar como vivem as viúvas. Estão todas felizes da vida. Contudo, como muitos jovens ainda sonham com esse amor romântico, casam-se, separam-se e casam-se de novo, várias vezes, até aprender essa lição. Se é que aprendem. Se um jovem já tem a noção de não precisa se casar par ser feliz, ele pulará todas essas etapas que provocam sofrimento.


Veja - As mulheres são mais ansiosas em casar do que os homens? Por quê?
Gikovate - As mulheres têm obsessão por casamento. É uma visão totalmente antiquada, que os homens não possuem. Uma vez, quando eu ainda escrevia para a revista Cláudia, o pessoal da redação fez uma pesquisa sobre os desejos das pessoas. O maior sonho de 100% das moças de 18 a 20 anos de idade era se casar e ter filho. Entre os homens, quase nenhum respondeu isso. Queriam ser bons profissionais, fazer grandes viagens. Essa diferença abismal acontece por razões derivadas da tradição cultural. No passado, o casamento era do máximo interesse das mulheres porque só assim poderiam ter uma vida sexual socialmente aceitável. Poderiam ter filhos e um homem que as protegeria e pagaria as contas. Os homens, por sua vez, entendiam apenas que algum dia eles seriam obrigados a fazer isso. Nos dias que correm, as razões que levavam mulheres a ter necessidade de casar não se sustentam. Nas universidades, o número de moças é superior ao de rapazes. Em poucas décadas, elas ganharão mais que eles. Resta acompanhar o que irá acontecer com as mulheres, agora livres sexualmente, nem sempre tão interessadas em ter filhos e independentes economicamente.


Veja - Como será o amor do futuro?
Gikovate - Os relacionamentos que não respeitam a individualidade estão condenados a desaparecer. Isso de certa forma já ocorre naturalmente. No Brasil, o número de divórcios já é maior que o de casamentos no ano. Atualmente, muitos homens e mulheres já consideram que ficarão sozinhos para sempre ou já aceitam a idéia de aguardar até o momento em que encontrarão alguém parecido tanto no caráter quanto nos interesses pessoais. Se isso ocorrer, terão prazer em estar juntos em um número grande de situações. Nesse novo cenário, em que há afinidade e respeito pelas diferenças, a individualidade é preservada. Eu estou no meu segundo casamento. Minha mulher gosta de ópera. Quando ela quer ir, vai sozinha. E não há qualquer problema nisso.


Veja - Quando duas pessoas decidem morar juntas, a individualidade não sofre um abalo?
Gikovate - Não necessariamente elas precisarão morar juntas. Em um dos meus programas de rádio, um casal me perguntou se estavam sendo ousados demais em se casar e continuarem morando separados. Isso está ficando cada dia mais comum. Há outros tantos casais que moram juntos, mas em quartos separados. Se o objetivo é preservar a individualidade, não há razão para vergonha. O interessante é a qualidade do vínculo que existirá entre duas pessoas. No primeiro mundo, esse comportamento já é normal. Muitos casais moram até em cidades diferentes.


Veja - É possível ser fiel morando em casas ou cidades diferentes? 
Gikovate - A fidelidade ocorre espontaneamente quando se estabelece um vínculo de qualidade. Em um clima assim, o elemento erótico perde um pouco seu impacto. Por incrível que pareça, essas relações são monogâmicas. É algo difícil de explicar, mas que acontece.



Veja - Com o fim do amor romântico, como fica o sexo? 
Gikovate - Um dos grandes problemas ligados à questão sentimental é justamente o de que o desejo sexual nem sempre acompanha a intimidade efetiva, aquela baseada em afinidade e companheirismo. É incrível como de vez em quando amor e sexo combinam, mas isso não ocorre com facilidade. Por outro lado, o sexo com um parceiro desconhecido, ou quase isso, é quase sempre muito pouco interessante. Quando acaba, as pessoas sentem um grande vazio. Não é algo que eu recomendaria. Hoje, as normas de comportamento são ditadas pela indústria pornográfica e se parece com um exercício físico. O sexo então tem mais compromisso com agressividade do que com amor e amizade. Jovens que têm amigos muito chegados e queridos dizem que transar com eles não tem nada a ver. Acham mais fácil transar com inimigos do que com o melhor amigo. Penso que, com o amadurecimento emocional, as pessoas tenderão a se abster desse tipo de prática.


Para ler a entrevista completa, clique aqui.

Fonte: Revista Veja

QUANDO PENSAR DEMAIS ATRAPALHA




Do raiar do dia ao anoitecer, a vida é feita de decisões. Basta haver alternativas. Algumas decisões são simples, pois envolvem poucos fatores a considerar, e são resolvidas facilmente com um pouco de atenção e memória de trabalho, essa capacidade do cérebro de manter girando, para acesso imediato, umas três ou quatro informações, como bolas de malabarismo no ar. Por exemplo, ao decidir o que vestir para sair de casa, você leva em conta algumas questões: está calor? Há algum encontro importante previsto? Vai andar muito ou passará o dia na frente de um computador? Ao considerar essas informações, uma consulta rápida dos itens disponíveis no armário leva a uma decisão racional e, geralmente, acertada.

Quando há mais fatores envolvidos, contudo, tomar uma decisão ponderando conscientemente todas as alternativas pode ser um problema. Se você vai comprar um carro, por exemplo: você quer um novo ou usado? De qual marca? Qual cor? Por qual preço? Movido a álcool, gasolina, ou os dois? Motor 1.0, 1.2, 1.4, 1.6, 1.8 ou 2.0? Com ar-condicionado e direção hidráulica? Freios ABS? Com dezenas de informações a considerar atentamente, a memória de trabalho pede socorro: malabarista-mor das habilidades mentais, ela somente consegue lidar atentamente com até umas sete ou oito informações de cada vez. As demais escapam à atenção. Se você tentar decidir conscientemente nessa hora, julgando todas as combinações de todos os itens de todos os carros disponíveis e sua conta bancária, a chance de a melhor delas escapar à sua atenção e você se tornar mais um consumidor insatisfeito é muito grande.

O que fazer, então? Segundo psicólogos da Universidade de Amsterdã, na Holanda, tudo muda se, antes de tomar uma decisão complexa (mas depois de se informar a respeito!), você for passear, se ocupar com outra coisa; talvez dormir, como recomendam os americanos (“Sleep on it!”). Até para resolver problemas de matemática funciona: fazer antes qualquer coisa que desvie sua atenção da escolha a ser feita. Após a distração, as chances de uma boa opção, e de ficar contente com ela, são muito maiores do que se você tivesse ficado repassando conscientemente todas as alternativas.

Se isso soa irresponsável, lembre que deixar seu cérebro se virar sozinho, sem tentar prestar atenção em seus processos, é bem diferente de tomar decisões impulsivas. Deliberar sem prestar atenção consiste em deixar o cérebro rodar todas as informações adquiridas previamente sobre as alternativas, mas sem a limitação da supervisão atenta. O resultado da deliberação-sem-atenção, assim, é uma resposta não apenas de um raciocínio sobre quatro ou cinco informações, mas de todo um cérebro com acesso a todas as informações disponíveis, novas e antigas, suas preferências inatas e aprendidas, e até mesmo aquela lista enorme de itens sobre carros e contas bancárias. Se tem mais areia do que o caminhãozinho cerebral da atenção dá conta, melhor deixar o cérebro resolver o assunto escondido da supervisão atencional.

Para tomar decisões complexas, que envolvem muitos fatores, fica a dica da neurociência: informe-se bem para alimentar seus processos deliberativos e, depois... vá ao cinema, durma, passeie com os amigos: dedique sua atenção limitada a outras coisas menos complexas enquanto seu cérebro delibera, livre de supervisão. Quando ele chegar a um veredicto, você saberá – porque a resposta à pergunta “E aí, qual carro você vai comprar?” sairá naturalmente, como que por mágica...



O PODER DA MAQUIAGEM





São poucas as mulheres que se arriscam a sair de casa sem pelo menos uma cor nos lábios – ou levar um batom na bolsa, para casos de “emergência”. Não por acaso, mesmo em tempos de crise, a indústria dos cosméticos continua próspera. Bases e corretivos para as olheiras, blush e gloss são usados todos os dias por milhões de consumidoras no mundo todo. E não há novidade nisso, trata-se de uma prática milenar. No fundo, prevalece a crença de que um rosto mais colorido é sinal de beleza e aparência saudável – e, em última instância, nos tornará aceitas e bem tratadas. O curioso é que essa percepção encontra respaldo científico. Já há alguns anos, pesquisadores têm se dedicado a entender como a ação dos cosméticos influi na percepção e no comportamento da maioria das pessoas, provocando a impressão de que mulheres maquiadas com discrição e sem exageros são mais competentes, seguras e emocionalmente estáveis.

E isso se deve, pelo menos em parte, aos cosméticos. Cremes e bases corretivas, por exemplo, deixam a pele mais lisa, aumentam sua firmeza e brilho e eliminam impurezas. Resultado: as pessoas parecem mais jovens e, principalmente, mais saudáveis. Durante uma experiência na Universidade de Aberdeen, na Escócia, vários rostos femininos foram fotografados e, posteriormente, algumas imagens, com diferentes tipos de pele, foram mostradas a um grupo de homens. Foi solicitado que indicassem as fotos que, em sua opinião, correspondiam a mulheres com pele mais sadia. Depois disso, veriam os rostos inteiros e poderiam avaliar se de fato eram bonitos.

A experiência revelou que peles consideradas mais saudáveis eram justamente das pessoas classificadas como mais atraentes. Também foi observado que, quando uma mulher usa base, é vista como mais bonita e em melhores condições de saúde. O pesquisador Robert Mulhern e seus colegas da Universidade de Buckinghamshire, na Grã-Bretanha, pediram a alguns homens que avaliassem a beleza do rosto de algumas mulheres, com idade entre 31 e 38 anos. Antes da sessão de fotos, todas foram submetidas a uma limpeza profunda da cútis. Para evitar distorções, as imagens mostravam apenas o rosto de cada voluntária, e o penteado era idêntico. De acordo com o caso, a maquiagem foi feita nos olhos, nos lábios, na pele, em todo o rosto ou optou-se por não aplicar absolutamente nada. Os homens e as mulheres que viam as fotos deveriam dizer o quanto a pessoa fotografada parecia atraente, usando para isso escalas de avaliação da beleza. Também lhes foi pedido que indicassem a foto que consideravam mais fascinante dentre as cinco de cada modelo. Como era de prever, as avaliações positivas foram feitas principalmente quando a pintura tinha sido aplicada simultaneamente nos lábios, olhos e pele. A maquiagem dos olhos tinha poder de atração mais forte, seguida da pele e dos lábios. Mas a impressão de beleza era maior se apenas uma área do rosto estivesse enfatizada.

Obviamente, o uso dos produtos cosméticos surgiu em uma época em que o ser humano já tinha parcialmente se distanciado do rastro evolucionista para agir segundo critérios culturais ou de livre escolha. Mas este rompimento na escala evolutiva da nossa espécie é ainda suficientemente próximo para nos deixar sempre sensíveis a esses indícios que outrora eram essenciais na busca de um parceiro: saúde, juventude, simetria no rosto e capacidade de inspirar confiança. Parece que os cosméticos, e particularmente a maquiagem, ainda são capazes de suscitar as sensações que no passado eram indispensáveis.


A RELAÇÃO ENTRE CAPITALISMO E EXCLUSÃO



Hoje um dos principais temas de discussão mundial é a exclusão social, essa representada pela desigualdade entre indivíduos de uma mesma sociedade. O objetivo desse artigo e mostrar como o capitalismo esta ligado a tal manifestação.

Para que possamos entender essa relação devemos, partir do elo entre esses elementos. Somos seres sócio-históricos, nossa formação se dá através de um processo cultural que advém ao nosso tempo; aprendemos e nos desenvolvemos através dos dizeres e saberes ancestrais. O que somos hoje está relacionado com o passado de nossa sociedade: seus costumes, crenças e cultura; esses são os responsáveis pela nossa constituição como indivíduos. Além das relações que temos com o nosso passado, há ainda a relação social que temos com os indivíduos. Segundo Araújo (2003, p 156),

O sujeito psicológico é constituído por diferentes dimensões: cognitiva, afetiva, biológica e sociocultural e seu funcionamento se dá a partir das interrelações destas entre si e com o mundo externo físico, interpessoal e sociocultural com o qual o sujeito interage.

O grupo em que nos encaixamos também é responsável por nos moldar; o que nossos pais foram irá influenciar no que nós seremos. Nossa cultura, sociedade, nosso trabalho encontram-se em um conflito de relações. Segundo Sawaia (1999, p 142),

Entendemos as sociedades e os grupos humanos a partir do conceito de “relação”. Relação, como a definimos, é a intrínseca de um ser em direção a outro. Assumimos também o ser humano como “relação”, isto é, como um ser que se constrói e se constitui a partir dos milhões de relações que ele estabelece com todos os seres existentes.

Entender o papel relacional dos homens é fundamental para compreendermos o processo de exclusão, pois a “Relação” é a principal responsável pela formação dos grupos, e assim sendo, pelo processo de exclusão social. A partir desse conceito de relação, podemos entender o quanto ela é importante para a constituição de um grupo.

Outro ponto que devemos compreender para melhor nos situarmos nos processos de exclusão é o capitalismo. Este teve seu início no final da Idade Média e perdura até os dias atuais.

No início da nossa história, o homem sobrevivia através de suas próprias forças: os seres humanos caçavam e se apropriavam dos frutos da terra e, assim, sobreviviam. Com o avanço da sociedade e com a descoberta que se podia plantar e colher, começou-se a dar valor à terra. Assim, surgiram os primeiros senhores de terra, que a utilizavam como forma de poder. O período feudal foi o que mais se destacou com relação ao poder do homem sobre a terra, pois seu mecanismo de funcionamento se baseava na servidão, na vassalagem: o senhor feudal era responsável por ceder o terreno para que a população plantasse e colhesse os frutos advindos dessa terra. 

Em troca, os servos teriam que pagar impostos aos seus senhores. Os senhores eram a lei daquela terra, tendo eles o poder sobre a vida e a morte de seus servos. Os senhores não eram proprietários só da terra, mas também de todas as pessoas que ali moravam. Esse panorama só vem a mudar a partir da baixa Idade Média, pois, com o avanço da peste negra e com a diminuição do poder da Igreja Católica, o comércio começou a migrar do campo para as grandes cidades. A economia passa a basear-se nas expansões territoriais adquiridas através das guerras as quais, por muito tempo, ganharam cunho religioso.

Dá-se início às Cruzadas. O absolutismo emerge nesse momento: a Igreja concede poder divino aos grandes reis. Esse período foi marcado por grandes transformações econômicas e políticas. Ocorre o surgimento do mercantilismo, no qual se principia a procura por outras formas de enriquecimento. Esse processo nos traz a expansão marítima, com intuito de procurar por metais como o ouro e a prata, com o intuito de se enriquecer a metrópole, surgindo assim, as colônias. Esse momento é crucial para o surgimento do capitalismo, pois, com essa expansão, a burguesia começou a ganhar força e a contestar o poder absolutista. Afinal, nesse momento, era a classe social que fazia a ponte a qual ligava as riquezas aos monarcas da época. Essa classe funcionava como investimentopara os interesses monarcas.


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Fonte: Psicologado

A DESMISTIFICAÇÃO DA LOUCURA: UM PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO PELO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL



A loucura fascina porque é um saber. É um saber, de início, porque todas essas figuras absurdas são, na realidade, elementos de um saber difícil, fechado, esotérico. (...) Este saber, tão inacessível e temível, o Louco o detém em sua parvície inocente. Enquanto o homem racional e sábio só percebe desse saber algumas figuras fragmentárias - e por isso mesmo mais inquietantes -, o Louco o carrega inteiro em uma esfera intacta: essa bola de cristal, que para todos está vazia, a seus olhos está cheia de um saber invisível (FOUCAULT, 1961/1989).

Estudar os processos psíquicos e suas formas de subjetivação envolve motivação, visto que a loucura é um conhecimento que tem algo a revelar, algo a ser interpretado e que necessita de uma visão incondicional no que tange à interação desses indivíduos na sociedade. O ser louco, nada mais é, do que uma forma de ser no mundo, é um desligamento da realidade em que ocorre a perda da consciência da sua realidade exterior.

Processos de estigmatização são referidos e concebidos como estando entre os maiores empecilhos no avanço da atribuição de um lugar social à loucura e do exercício de cidadania dos loucos, projetos centrais da Reforma Psiquiátrica. O lugar social da loucura, a despeito de um certo deslocamento produzido, permanece ainda, de modo geral, aquele de situar-se à margem da sociedade (NUNES, 2009).

Foucault destaca que a história da loucura não se restringe à sua relação com o domínio exclusivo do conhecimento médico, paramédico ou psicológico. A delimitação da loucura como doença mental, no contexto da medicina, se relaciona à experiência jurídica da alienação, na constituição do estatuto do que seja um indivíduo incapaz, perturbador do grupo, de acordo com os preceitos morais, éticos e políticos dos séculos XVII e XVIII (SILVEIRA,2009).

Esse artigo visa correlacionar à loucura como um processo desmistificado, para assim, explanar os aspectos mais relevantes do tratamento atual buscando identificar sua forma de cuidado através do Centro de Atenção Psicossocial que é um serviço que proporciona atendimento àqueles indivíduos que outrora eram atendidos nos hospitais psiquiátricos de modo desumanizado, excluído, visto que, a doença mental não era entendida em sua complexidade e manifestação.

No campo da saúde mental, um grande avanço nas políticas públicas procedeu da aprovação e sanção pelo Presidente da República, no dia 6 de abril de 2001, da Lei de número 3.657/89, que proíbe a construção ou contratação de novos leitos psiquiátricos pelo poder público e prevê o redirecionamento dos recursos públicos para a criação de recursos alternativos (KYRLLOS NETO,2003).

 A partir do final da década de 70, tomou forma, no Brasil, um movimento da Reforma Psiquiátrica com um questionamento incisivo das políticas públicas de saúde mental e do modelo assistencial centrado nos hospitais psiquiátricos e em estratégias de exclusão. Esse movimento ganhou força com a Reforma Sanitária e, posteriormente, com a implantação do SUS (Sistema Único de Saúde). A Reforma Psiquiátrica se organizou, em linhas gerais, a partir de dois vetores: o de crítica e reforma do modelo hospitalocêncrico; e o de desconstrução dos espaços asilares e efetivação de modelos assistenciais alternativos (GOULART,2010).

Um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). Constitui-se num lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida (Ministério da Saúde, 2004).

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Fonte: Psicologado

ORKUT: CONSIDERAÇÃO SOBRE PERSONA E SOMBRA NAS COMUNIDADES VIRTUAIS




O Orkut atualmente é caracterizado como uma das comunidades virtuais mais populares, principalmente no Brasil, já que segundo pesquisas é o país que possui o maior número de usuários no mundo inteiro, desde quando foi criado em 2004. Ele simboliza as grandes transformações ocasionadas pela informática por que têm proporcionado significativas mudanças nos hábitos comportamentais dos brasileiros, principalmente no que se refere às relações interpessoais, pois o Orkut tem se configurado como mais uma nova forma de sociabilidade no momento atual. Favorecendo que o conceito de comunidade seja reformulado, pois hoje comunidade não se refere apenas a realidades “reais”, mas também virtuais, pois é perceptível que o sentimento de pertença, a necessidade de ser reconhecido pelo outro, ultrapassam a delimitação de fronteiras.

Partindo disso, este artigo traz como problematização, pensar se é possível visualizar as manifestações da persona e sombra, através deste contexto virtual. Até por que, os perfis construídos no Orkut, trazem possibilidades de enxergar personas, como também, a sombra e suas respectivas projeções, uma vez que, dentro da Psicologia analítica, a persona é entendida como uma maneira do sujeito criar máscaras para lidar com o mundo externo, enquanto a sombra, como uma personalidade reprimida por conta de valores sócio – culturais impostos pela sociedade.

Para trabalhar esta temática, foi necessário compreender a composição histórica do Orkut e o seu funcionamento, na tentativa de tornar possível, analisar os perfis dos usuários e relacionar os conteúdos elaborados pelos mesmos, com os conceitos de persona e sombra.

Permitindo dessa maneira, discutir as possíveis repercussões positivas ou não que o Orkut pode trazer no processo de individuação dos integrantes, pois este site de relacionamento permite aos usuários reinventarem seus perfis, favorecendo a constante necessidade do sujeito em modificarem suas identidades neste ambiente. A grande questão que envolve este fato é até que ponto criar estas representações, sentir a necessidade de estar inserido nesta comunidade, buscando corresponder aos padrões que a mesma propõe, pode ou não trazer interferências no processo de individuação do sujeito, pois a constante busca de ter um padrão adequado ao que a sociedade exige, pode ocasionar que o usuário não reconheça sua individualidade, que por sua vez, nem sempre poderá ser a mais adequada para o seu contexto virtual.

Sendo assim, escolheu-se falar sobre o Orkut, por que é um site que visa formação de redes sociais virtuais na Internet, e sua popularização tem se tornado cada vez mais crescente, chegando a ter um número de usuários recordes no Brasil.O que se propõem a necessidade de pensar o tamanho fascínio e o sentimento de pertença que esta comunidade virtual tem promovido na vida dos brasileiros, permitindo assumir uma posição crítico - reflexiva a respeito do tema proposto, pois não deixa de fazer parte do cotidiano.

No aspecto social se faz necessário entender como o surgimento do Orkut e a sua popularização tem se constituído um dos mais significativos fenômenos culturais da atualidade, pois tem afetado todas as esferas de forma direta e indireta da vida social, tornando – se no decorrer dos anos, um espaço particularmente importante para as relações humanas, configurando novas formas de sociabilidade.

A partir disso, considero de fundamental relevância para a Psicologia acompanhar as mudanças culturais geradas pelo avanço tecnológico, concentrando-se tanto nos aspectos subjetivos quanto nos sociais, os quais, aliás, longe de se excluírem, estão intimamente ligados. No que se refere aos relacionamentos virtuais, não importa apenas constatar as influências sofridas, nem perceber como se manifestam a persona e sombra, mas descrever e refletir acerca das mesmas, discutindo as experiências dos usuários do Orkut, investigando os processos subjetivos a eles relacionados.

Desta forma, a pesquisa possibilitará apontar as possíveis nuances que estas novas formas de relações sociais ocasionam no processo de individuação do sujeito.

Para ler o artigo completo, clique aqui.

Fonte: Psicologado

segunda-feira, 7 de maio de 2012

DÉJÀ VU: MEMÓRIAS DE UM PASSADO DESCONHECIDO





Um lindo dia de sol. Você aproveita o tempo para passear no parque da esquina. Em suas andanças, tudo particularmente novo. Um homem vende pipocas para as crianças, as famílias brincam e fazem piqueniques. Lá no canto, um casal divide um sorvete... Para tudo! Você já viu esta cena antes, pode afirmar com toda a certeza. O jeito como eles estão sentados no banco, a cor do sorvete que dividem, até mesmo a roupa que estão usando. Uma experiência indescritível que atende pelo nome de Déjà Vu, do francês: Já Visto. 

Depois de alguns segundos de conexão com um passado indefinido, a sensação desaparece. Mas saiba que você não é o único a passar por este mistério. Pelo menos um terço da população mundial já teve um Déjà Vu (Que se pronuncia 'Deja Vi'). 

Sua definição foi proposta em 1983 pelo neuropsiquiatra americano Vernon Neppe. Para o estudioso, Déjà Vu era definido como uma impressão inapropriada de familiaridade com uma experiência presente, onde o ser humano não consegue explicar o que parece ser impossível. "A sensação acontece quando a memória envia uma falsa mensagem do que acabou de ver para o cérebro. Um erro na integração e no processamento da informação", define o psiquiatra Amaury Cantilino. 

A estudante de psicologia Melissa Dantas, 20 anos, teve o primeiro Déjà Vu ainda criança. "Estava na cantina do colégio, comprando um picolé, quando tive a sensação de já ter vivido aquilo antes". A experiência é marcante para a jovem desde então. "É como se fosse tudo visto em câmera lenta, eu vendo tudo acontecendo novamente. Dá uma angústia na hora, mas logo passa", descreve. 

Para Melissa, um Déjà Vu foi marcante em sua vida. "No dia em que meu tio morreu, eu já tinha visto tudo antes. Era como se eu tivesse vivendo intensamente todo aquele momento por duas vezes".

A jovem estudante de fotografia Ana Paes Leme, 17 anos, acredita que a sensação tem um lado ruim e outro bom. "É ótimo e curioso quando posso sentir algo pela segunda vez. Mas, quando o momento é desagradável, você quer evitar a sensação, o que é impossível".

Sensação experimentada por quase todos as pessoas em algum dia na vida, acende o sinal de alerta quando ocorre cronicamente e de forma idêntica. "O erro de processamento de informação pode ter causas em uma lesão no lobo temporal causada por uma epilepsia", atesta Amaury Cantilino.

Apesar de não ter idade nem hora de aparecer pelas nossas vidas, o Déjà Vu acontece com mais frequência na adolescência e começo da vida adulta. "Esta é uma fase com muitas migrações neuronais e desenvolvimento cerebral. O cérebro só alcança a maturidade entre 21 e 22 anos", ressalta Dr. Amaury. 

Períodos de estresse também são momentos oportunos para desencadear crises dissociativas (quando a percepção e a memória do cérebro não estão integradas). "O cérebro gasta tanta energia com apenas um foco, que as funções ficam perturbadas", completa o psiquiatra. 

RELIGIÃO - A presidente da Federação Espírita Pernambucana (FEP), Ednar Santos, acredita que as causas do Déjà Vu são as vivências do espírito, e não do corpo. "Quando estamos em estado de descanso, a alma emancipa-se e experimenta várias sensações. Pode viajar por vários países e até mesmo por outros planetas". 

Quando estamos no estado de vigília - consciente de tudo que acontece ao nosso redor - podemos nos lembrar daquilo que o espírito presenciou no nosso estado de descanso (na hora do sono). "Por isso que algumas pessoas têm aquela sensação de familiaridade com algo. O espírito já passou por esta situação em seu estado de emancipação", explica Ednar.

No vídeo abaixo, Ednar comenta as principais características do Déjà Vu para a religião espírita:
 

 O Déjà Vu no espiritismo também é visto como recordações de vidas passadas. "Algumas experiências de vidas passadas são tão marcantes para os espíritos que eles não conseguem esquecer e nós vemos na forma de Déjà Vu."

A sensação referente ao nosso espírito é chamada de anímica. Há também um outro tipo de Déjà Vu no espiritismo, o mediúnico. "O Déjà Vu mediúnico acontece quando uma entidade espiritual faz com que uma pessoa veja algo que a entidade gostaria de repassar", completa Ednar Santos.


Fonte: Ne 10